Uma tragédia aconteceu a bordo da P-70, plataforma da Petrobras que saiu de um estaleiro chinês rumo ao Brasil para operar no Pré-sal.
Você não leu errado, as plataformas brasileiras, após o Governo Federal acabar com a indústria naval, agora são construídas na Ásia.
Sim, o Brasil gera emprego, renda e arrecadação em outros países.
Mas voltando à P 70, uma empresa terceirizada, Boskalis, acabou noticiando que um dos seus funcionários morreu e outros cinco foram internados em um hospital na África.
Mas o que isso tem de ligação com a Petrobras?
Trata-se de um exemplo de como trabalhadores da indústria naval tiveram suas vidas ceifadas após o desinvestimento do setor no Brasil.
Imagine se a plataforma fosse construída, como era anos atrás, em território nacional. Será que essa tragédia teria acontecido?
Provavelmente não. Pois o tempo de deslocamento de um estaleiro nacional para uma área do Pré-sal, também em águas nacionais, é infinitamente menor se comparado à viagem da China.
Apesar do exemplo ser mórbido, essa questão resgata outra tragédia, mais precisamente no estado do Paraná.
Lá, acorreu uma ação desastrosa da Petrobras, quando parou o setor da indústria naval que empregada milhares de trabalhadores.
Caso Pontal do Paraná
Localizado no litoral paranaense, o estaleiro foi um projeto orçado inicialmente de US$ 889 milhões e que empregou mais 5 mil pessoas, tanto de municípios paranaenses como de outros estados.
Em 2017, depois de uma decisão política, o Governo Federal decidiu levar as construções de plataformas, como a P 70, para a China.
Como consequência, 5 mil pessoas de forma direta e outros milhares de forma indireta perderam seus postos de trabalho.
É preciso entender que esse processo de desindustrialização de um país tem consequências trágicas como o desemprego, a redução da renda dos trabalhadores e empregos precarizados, além no impacto da economia regional.
Em Pontal do Paraná, dos 20 módulos de plataformas, 15 foram executados no Brasil, com 71% de conteúdo local e de qualidade.
A P-76, por exemplo, é utilizada para a cessão onerosa de Búzios 3, no Pré-sal, com capacidade de produção de 150 mil barris de petróleo/dia.
Nacionalismo?
Apesar do Governo Federal falar insistentemente em patriotismo, a política atual de desinvestimento, com a gestão da Petrobras preferindo gerar renda na Ásia em vez de aquecer a indústria nacional, foge do real nacionalismo.
Até porque, quem defende uma nação soberana, também apoia o desenvolvimento de projetos nacionais e de conteúdo local, com tecnologia comprovadamente de qualidade.
O que era para ser motivo de orgulho na Petrobras, devido à capacidade de execução de grandes projetos, agora não acontece mais.
Se o Governo Federal não acredita no Brasil e no brasileiro, que somos capazes de contribuir para o desenvolvimento industrial, o que dizer?
Dá para chamar essa política atual no Brasil de muitas coisas, menos de nacionalista, porque isso ela não é.
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